Sou Eu! Que no teu espelho vivo.
Observa-me! Não vês?
Sou Eu! Desdobrado, múltiplo e infinito
E Tu represas
As correntezas do Espírito?!
Observa-me! Aqui, teu espelho,
Sou Eu! Somos nós! Não vês!
Teu reflexo, minha imagem
Tudo é fluido e refluxo!
Nada escapa. Qual o limite entre nós?
No relance, teu olhar! Não vês?
Espelhos são abismos
De tão fundo que são
E tu? Reprimido, moderado, contido!
Espelhos são mágicos
Não vês! São portais, labirintos!
Nada escapa, aflora.
Ao ver-me, verás!
As inquietudes lúbricas, revolução.
Não verás espelho vazio
Nada escapa. Não vês!
E o vendo, já estás lá dentro.
E tudo em ti, sou eu.
Liberta-nos!
Sentirás,
Texturas, sabores, música, poesia
Nascentes de cores infinitas
A mistura dos sons
Liberta-nos! Somos um!
Somos nós!
(Carlos Barros)