domingo

Repouso da Poesia



Enquanto adentro em teu repouso brandamente, me embeveço lentamente, esboçando um soneto. Sorvendo centelhas de palavras em rodopios ao vento, em teu silêncio, contemplo, o germinar de um primeiro quarteto.

Sentindo os perfumes que exalam em tuas letras, num voejar de borboletas, bailando em silente concerto, singelas palavras vão pousando, em estrofes se amando, concebendo um segundo quarteto.

Em teu repouso, flores tantas vou colhendo... Em cada uma, o desabrochar de um sentimento, e recolho na efusão lírica do momento, dois íntimos e segredosos tercetos.

E eis que te percebo sorrindo, e reverbero te ouvindo, em dois quartetos e tercetos.

Poesia, tu és como o amor que jamais dorme, descansa!

Do teu leve repouso
Levarei cuidadoso
Teu confidente soneto.


(Carlos Barros)