quinta-feira

Ele, Stradivarius

Antonio Stradivari de Edgar Bundy, 1893
Qualquer superlativo caberá folgadamente na vida e obra de Antonio Stradivari (1644-1737), o luthier italiano que construiu os mais mitológicos, caros e cobiçados instrumentos de corda do mundo. Os Stradivarius, como ficaram conhecidos, foram fabricados há mais de 300 anos, e até hoje nenhuma tecnologia foi capaz de reproduzir sons com a mesma qualidade dos feitos pelo artífice de Cremona. De vez em quando lemos nos jornais a cifra astronômica alcançada por algum violino feito por este grande mestre, Já houve várias tentativas de reproduzi-los, mas, no final das contas, seus violinos, violoncelos e violas permanecem como referenciais absolutas. Alcançam valores cada vez mais altos em leilões e viajam o mundo com status de estrela semelhante ao dos virtuoses privilegiados o suficiente para empunhá-los.
Um excelente livro do autor Britânico Tony Faber intitulado "Stradivarius - Cinco Violinos, Um Violoncelo e Três Séculos de Perfeição" , investiga o enigma sobre Stradivari – quem era, seu segredo e por que não teve sucessores nem mesmo entre parentes. Qualquer amante de música, clássica ou popular, vai apreciar as histórias envolvendo a vida desse grande mestre que construiu violinos até o último de seus 93 anos de vida.
"Tenho um violino que nasceu em 1713. Já estava vivo muito antes de mim, e espero que continue vivendo muito tempo depois de mim. Não o considero como meu violino. Talvez eu é que seja o seu violinista; estou apenas passando pela sua vida." ( Ivry Gitlis)

Um comentário:

Anônimo disse...

Que lindo este depoimento de Ivry Gitlis! Ele sabia que é possível realizar o potencial de um objeto por meio do respeito e reverência ao que lhes é inerentemente sagrado pela própria concepção. Aí no caso, nada mais nada menos que um tremendo Stradivarius tentando por meio de Gitlis atingir sua dignidade, beleza e integridade próprias.Um deve ter escolhido o outro, por supuesto...
Grande abraço da Ana